A origem de nossa cultura alimentar é bem diversificada. Da cultura índia à caipira, há muitas variações não só de pratos como de formas de preparos. Mas se existe um item que é bem a “cara do brasileiro” é o fogão à lenha. A acessibilidade à bioenergia da madeira é o que fez ~e ainda faz~ este fogão ser de uso muito comum no país todo. E essa cultura não é só mineira! Os índios o chamavam de “tacuruba”, os mineiros chamam de fogão caipira. No sul a tradição é o de metal, pros paulistanos, o de tijolos.
O fogão caipira não é só um fogão, é nossa ancestralidade! E ele traz memórias e sensação de pertencimento. Muda-se o formato, o material, o tamanho, mas no âmbito rural estará lá o bom fogão à lenha. Mesmo tendo o fogão “moderno” convivendo lado a lado com a tradição.
Há aqueles que percebem a nítida diferença de sabor entre os dois tipos de cozimento. Tem quem conteste, e não identifique nada a favor do forno à lenha. Eu não discuto isso: EU SEI! Além de manter os sabores e os nutrientes da comida, pelo fato do cozimento ser mais lento e produzido por fogo energético e cheio de vida, ele também é uma unanimidade em termos de autonomia, qualidade de vida e minimalismo no existir!
Para quem quiser construir um, existem modelos disponibilizados na internet. Desde fogão + forno, ou só o forno feito de ferro cimento e de outras construções de terra, até o fogão feito com material reciclado.
Em 2001 estudantes de engenharia da faculdade de Viçosa, Minas Gerais, desenvolveram um fogão a lenha que não espalha fumaça e é de baixo consumo energético.
O projeto foi elaborado por Ilda de Fátima Ferreira Tinoco e Marcos Oliveira de Paula, e é bem detalhado, incluindo materiais que serão usados e o tempo provável para a construção. O projeto está aqui, em PDF: http://www.ufv.br/dea/ambiagro/arquivos/Lenha.pdf
Depois de construir o seu, me convide para um café!
Texto e postagem original no Facebook por Moni Abreu, cujo uso está sob Licença Creative Commons